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15.3.09
Você aí parado: compartilhe música!
Todo domingo, quando acordo sem ressaca, abro a janela de um dia ensolarado, vejo crianças brincando, vizinhos lavando carro, velhos lendo jornal e discutindo política com mais novos e todas as espécies de bucolismo que se pode ver num bairro prosaico como o meu. Ligo o computador e vou direto procurar no blog JazzMan o que há de mais cool no gênero e na MPB. Afinal o que pode ser mais acolhedor? Depois passo tudo para o meu aparelho de MP4 e passeio pelas ruas me sentindo o Snoopy num de seus episódios animados. Mas neste domingo, imagine só, depois de domingos e mais domingos acordando de ressaca, sinto-me tal qual acabasse de nascer e, ao ir naquele que é um dos mais completos blogs de raridades de Jazz, descubro que ele já era‼!
Sinto-me usurpada. Ou melhor dizendo, desiludida e com muito medo. Mistura de sentimentos bem característica de quem perde a ingenuidade. Ocorre com este blog e outros de música, pelo que li e em escala menor, a mesma coisa do que naquela história de Ray Bradbury, Fahrenheit 451. Para quem não sabe, este romance fala de um futuro em que todos os livros são proibidos e queimados quando encontrados. Para se manter tal estado, opiniões próprias são suprimidas dos cidadãos e a originalidade é considerada um crime. Embora, na época, o autor tenha criado esta história para criticar a alienação televisiva (segundo ele mesmo declarou) e uma América do Norte hedonista, acho que podemos pensá-lo nos dias de hoje como uma metáfora da forma como o sistema cada vez mais procura concentrar o saber e manipulá-lo como uma forma de poder.
Nunca se escutou tanta música, nunca houve tantos especialistas, nunca houve tantos blogs com tantas resenhas sobre todo tipo e gênero de músicas! E o que é sensacional: nunca antes os músicos estiveram tão livres para divulgar seus trabalhos. Os shows tomaram novos sabores, cada vez mais freqüentes, mais macro e moleculares ao mesmo tempo… Nunca se exigiu tanta criatividade dos artistas e o resultado é simplesmente maravilhoso. Posso ser fã de um grupo de polca da Malásia. Posso criar uma música e fazê-la virar um hit sem nem mesmo precisar mendigar na porta de uma gravadora… Outro dia estava andando na rua e a cada dez pessoas, mais ou menos umas seis tinham um fone de ouvido. Me deliciei em imaginar os tipos tão variados de músicas que elas ouviam.
Mas tudo, tudo isso que assisto da arquibancada com um sabor doce na boca, hoje me pareceu ameaçado por forças sectárias de um tempo em que nosso prazer de se apreciar a cultura ficava à mercê de poucos, chegando até nós muito pouco da potencialidade artística do momento, que, aliás, era coberta por intenções escusas. Verdade, tanto o livro quanto a música de vidro não podem se queimar. Mas se deformam a temperaturas muito altas. Fiquemos de olho nas arbitrariedades e protestemos. Minha parte faço aqui e encerro TODAS as minhas atividades no blogger. Com tempo encerrarei no wordpress também, porque eu sei que ele também está na onda do boicote, e criarei um espaço próprio. Por agora, enquanto não aprendo a resistir só encerro a do blogger. E sugiro a cada um que passar por aqui que aprenda a disponibilizar arquivos de música e os coloquem cada vez mais e mais até que as gravadoras possam entender que seu tempo já passou, que o mundo mudou e que elas que arrumem uma maneira mais HONESTA de ganhar os seus milhões.
Manifesto do JazzMan (antes tarde do que nunca, divulgue!)
Sinto-me usurpada. Ou melhor dizendo, desiludida e com muito medo. Mistura de sentimentos bem característica de quem perde a ingenuidade. Ocorre com este blog e outros de música, pelo que li e em escala menor, a mesma coisa do que naquela história de Ray Bradbury, Fahrenheit 451. Para quem não sabe, este romance fala de um futuro em que todos os livros são proibidos e queimados quando encontrados. Para se manter tal estado, opiniões próprias são suprimidas dos cidadãos e a originalidade é considerada um crime. Embora, na época, o autor tenha criado esta história para criticar a alienação televisiva (segundo ele mesmo declarou) e uma América do Norte hedonista, acho que podemos pensá-lo nos dias de hoje como uma metáfora da forma como o sistema cada vez mais procura concentrar o saber e manipulá-lo como uma forma de poder.
Nunca se escutou tanta música, nunca houve tantos especialistas, nunca houve tantos blogs com tantas resenhas sobre todo tipo e gênero de músicas! E o que é sensacional: nunca antes os músicos estiveram tão livres para divulgar seus trabalhos. Os shows tomaram novos sabores, cada vez mais freqüentes, mais macro e moleculares ao mesmo tempo… Nunca se exigiu tanta criatividade dos artistas e o resultado é simplesmente maravilhoso. Posso ser fã de um grupo de polca da Malásia. Posso criar uma música e fazê-la virar um hit sem nem mesmo precisar mendigar na porta de uma gravadora… Outro dia estava andando na rua e a cada dez pessoas, mais ou menos umas seis tinham um fone de ouvido. Me deliciei em imaginar os tipos tão variados de músicas que elas ouviam.
Mas tudo, tudo isso que assisto da arquibancada com um sabor doce na boca, hoje me pareceu ameaçado por forças sectárias de um tempo em que nosso prazer de se apreciar a cultura ficava à mercê de poucos, chegando até nós muito pouco da potencialidade artística do momento, que, aliás, era coberta por intenções escusas. Verdade, tanto o livro quanto a música de vidro não podem se queimar. Mas se deformam a temperaturas muito altas. Fiquemos de olho nas arbitrariedades e protestemos. Minha parte faço aqui e encerro TODAS as minhas atividades no blogger. Com tempo encerrarei no wordpress também, porque eu sei que ele também está na onda do boicote, e criarei um espaço próprio. Por agora, enquanto não aprendo a resistir só encerro a do blogger. E sugiro a cada um que passar por aqui que aprenda a disponibilizar arquivos de música e os coloquem cada vez mais e mais até que as gravadoras possam entender que seu tempo já passou, que o mundo mudou e que elas que arrumem uma maneira mais HONESTA de ganhar os seus milhões.
Manifesto do JazzMan (antes tarde do que nunca, divulgue!)
Já estamos juntos há quase dois anos, compartilhando e divulgando cultura, conhecimento e boa música. Muitas coisas boas aconteceram. Além dos diversos amigos que fiz e dos colaboradores que me ajudaram a manter o blog, tive a oportunidade de cobrir os festivais de Rio das Ostras (RJ) e Ouro Preto (MG), e de entrevistar artistas de renome como Mauro Senise, Hamilton de Holanda, Dudu Lima, Ithamara Koorax, dentre outros. Neste período, o blog se tornou uma referência em jazz na Internet brasileira.
Infelizmente, o blog JazzMan! está ameaçado. Com a nova política do Google de deletar todos os audioblogs hospedados no Blogger, nosso site pode acabar a qualquer momento. Existem algumas pessoas que têm um pé para trás e outro lá no buraco e não conseguem enxergar a importância e a proposta do nosso trabalho. Eu nunca ganhei dinheiro com o blog, muito pelo contrário: muitas vezes deixei de ir a festas, tomar minha cerveja, ficar com minha namorada, de dormir ou de ver o jogo do Mengão só para poder trabalhar aqui. Mas faço isso com muito prazer pois, modéstia à parte, acho que o benefício que estou levando para milhares de pessoas é bem maior do que tudo isso.
Desde pequeno, minha mãe sempre falava: "Filho, estou lhe dando este boneco, mas ele não é só seu. Empreste para seus amigos também". O que ela queria dizer com isso? Pode parecer uma coisa simples, mas foi uma das primeiras lições de compartilhamento e solidariedade que tive na vida. Fui crescendo e troquei os brinquedos por uma coleção de CDs e vinis, que aos poucos foi aumentando com muito incentivo de meus pais, valorizadores e amantes da boa música. Aqui em casa, os estilos musicais sempre foram muito diversificados: quem vier nos visitar pode se deparar com um álbum de Edith Piaf e, logo em seguida, ouvir um falsete de Milton Nascimento. Lembro-me que minha mãe, no tempo em que era professora, sempre trabalhava música com as crianças, sobretudo as canções de Tom Jobim e Luiz Gonzaga, com as quais eu ficava profundamente comovido.
Todas essas vivências acabaram desenvolvendo em mim um sentimento muito forte pela música. Não enxergo simplesmente como música, naquela concepção do senso comum, mas como uma ferramenta de integração e de expressão que podemos utilizar para mudar a vida das pessoas.
Tive a idéia de fazer o blog JazzMan! quando me deparei com tantos vinis, CDs e filmes simplesmente restritos à minha casa. Dentro de um lar que sempre respirou música, onde as pessoas freqüentavam para buscar mais conhecimento musical, reparei que deveria ir além com isso. De que adianta ter milhares de títulos musicais e cinematográficos e dividir apenas com um grupo restrito de pessoas? Tomei para mim a missão de continuar o trabalho dos meus pais e, para isso, nada melhor que a blogosfera, onde poderia alcançar um maior número de pessoas e conhecer gente com a mesma ideologia.
Este trabalho não pode acabar. Por isso venho até aqui pedir a ajuda de todos vocês. O blog precisa ser migrado para outro servidor de hospedagem o mais rápido possível, antes que o Google o retire do ar, assim como fez com o Som Barato e o Abracadabra. Uma das primeiras resoluções que tomei foi migrar provisóriamente todas as postagens de CDs para o serviço Word Express, como forma de backup dos links. Criei outro blog, para onde exportarei todas as entrevistas, artigos e notícias e que será futuramente a página do Jazzmanbrasil.com. Mas preciso de ajuda para hospedar os links de CDs. Quem tiver idéias, sugestões ou até o interesse e a generosidade de contribuir com alguma quantia para futuros gastos com o servidor de hospedagem, por favor, utilize os comentários ou envie um e-mail para jazzman@jazzmanbrasil.com. A minha idéia é hospedar os links em um servidor estrangeiro, de preferência de algum país mais remoto, para evitar eventuais problemas. Quem tiver conhecimento em Internet e hospedagem de modo geral, entre em contato, pois estamos precisando muito.
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