Eu sei o quanto é chato esses blogs cheios de listas. E a última minha acho que me revelou uma ouvinte bem reacionária. Mas achei sine qua non trazer a vocês a lista das 100 melhores músicas com guitarra. Desta vez, não da minha parte, uma ouvinte de coração, mas feita por um bando de gente especializada da revista Rolling Stone. Isso não mudará em nada sua vida, principalmente se você for o tipo que tem opinião musical, como eu. Mas um diagnóstico próprio da lista, além de divertido pode nos predispor a re-atualizações de opiniões, idéias de músicas a serem baixadas e renovação de referências.
Clique aqui e tire você mesmo suas conclusões. (vai ter que se registrar, mas não dói nada.
The Top of Rock:
1- "Johnny B. Goode" - Chuck Berry (1958)
2- "Purple haze" - The Jimi Hendrix Experience (1967)
3- "Crossroads" - Cream (1968)
4- "You really got me" - The Kinks (1964)
5- "Brown sugar" - The Rolling Stones (1971)
6- "Eruption" - Van Halen (1978)
7- "While my guitar gently weeps" - The Beatles (1968)
8- "Stairway to heaven" - Led Zeppelin (1971)
9- "Statesboro blues" - The Allman Brothers Band (1971)
10- "Smells like teen spirit" - Nirvana (1991)
11- "Whole lotta love" - Led Zeppelin (1969)
12- "Voodoo child (Slight return)" - The Jimi Hendrix Experience (1968)
13- "Layla" - Derek and the Dominos (1970)
14- "Born to run" - Bruce Springsteen (1975)
15- "My generation" - The Who (1965)
16- "Cowgirl in the Sand" - Neil Young with Crazy Horse (1969)
17- "Black Sabbath" - Black Sabbath (1970)
18- "Blitzkrieg Bop" - Ramones (1976)
19- "Purple Rain" - Prince and the Revolution (1984)
20- "People Get Ready" - The Impressions (1965)
Em 2004, Joel Perry, guitarrista do Aerosmith, disse à Stone: “If you want to play rock and roll, you have to start here”. O aqui referido é "Johnny B. Goode", de Chuck Berry e parece que a revista resolveu seguir à risca a lição de Perry plantando Berry lá no topo da lista. Unanimidade entre meus ídolos, achei a consagração póstuma justa. E mais justo ainda, o segundo lugar a Jimi Hendrix (Purple haze), que, aliás, ocupa mais uma posição entre os 20 com “Voodoo child”. Ah… Lembro do meu velho “walkman”! Almoçava, encontrava com mary num bom papo para fazer a digestão, e lá ia eu, em pleno sol de uma e meia da tarde, enlouquecendo com as experiências de Hendrix. Se a pilha acabasse, então eu não ia à aula. Verdade que parei de escutar Hendrix. Ele não sobreviveu às minhas mudanças. Mas sua música me enche de nostalgia… Ruas históricas, faculdade, loucuras e etc… “Smells like teen spirit” em décimo também muito me agradou. Diria que o Nirvana é o retrato da minha geração e esta letra e o que foi feito dela um exemplo vivo de nossos conflitos vividos naquela época. Meu namorado, quando Kurt morreu, ficou de luto. Na verdade, não por algo que estava vivo. Lembro que a sensação geral era a descoberta de estarmos mortos. Que horror! Época negra e pessimista, mas muito intensa. Por isso acho legal estar entre os 20 alguns ícones pop para que o instrumento guitarra não fique restringido somente a choros e protestos.
30.5.08
27.5.08
Diagnóstico musical: esquizofrenia melódica?
“Que tipo de som você escuta?” É o que uma pessoa interessante te pergunta quando quer saber o que há por trás dos seus “belos olhos azuis”. Ela quer sacar o seu a+ e saber se haverá uma segunda vez. Se for uma pessoa desinteressante, do tipo que tem medo de “se jogar” ou do tipo que está disposta a pré-julgamentos ignorando qualquer surpresa, ela perguntará o seu signo. Mas se ela falar em “signo solar” e perguntar o dia ou a hora que você nasceu, bom, então ela é astróloga mesmo, do tipo tarada pelo assunto… E se ela te dizer coisas totalmente inesperadas e que despertem um certo prazer em você, pois bem: ela é o amor da sua vida.
Mas fiquemos com os encontros eventuais, digo, pessoas simplesmente interessantes… Sempre me dou mal em responder essa pergunta, porque gosto de tanta coisa que pareço não ter muita personalidade. No meu Mp4, por exemplo, você encontra de Zé Kéti a Velvet Underground, de Edith Piaf a Moraes Moreira. Ou de Lester Young a Roberto Carlos (60’s e 70’s, óbvio). Me orgulho desta flexibilidade pop porque acho que é característico do meu jeito divertido de ver a vida. Amo coisas estranhas e que me fazem rir. E também fico fascinada por qualquer música que me leve aos mistérios mais íntimos da personalidade daquele que a executa. E a minha droga atual: tenho imenso prazer em observar as pequenas crônicas que se passam nas calçadas enquanto escuto outras de outros mundos e ritmadas dentro da minha cabeça, me dividindo, assim, em duas bandas desconexas. Então, resolvi fazer um diagnóstico musical de mim mesma. E aí, quando uma pessoa me perguntar “Que tipo de som você escuta?”, me ache apenas uma maluca. Que é bem melhor impressão do que “sem personalidade”.
Usei o seguinte diagnóstico. Peguei a minha playlist atual do Mp4 – a qual dediquei dois dias inteiros montando, peguei tudo que eu tinha de cd e coisas baixadas e selecionei as músicas que eu mais gostava de verdade. Depois usei um método mais pragmático, observei qual cantor, cantora ou banda (e etc), tinham mais músicas. Considerando que um artista (ou grupo de) que ultrapassa a margem de quatro discos bem sucedidos é sempre muito foda. Os primeiros lugares foram ocupados por eles. Depois considerei grupos, tipo gêneros, levando-se em consideração que ainda há muito que conhecer. Chega de explicar, vê se me entende.
1. Em primeiríssimo lugar, com 41 músicas imprescindíveis, revelando-me um ser mais óbvio do que eu poderia imaginar, Chico Buarque de Holanda. Sem contar mais músicas dele interpretadas por outros que entraram em outras pastas.
2. Na verdade, o segundo lugar me revela bem coerente, pois forma com o primeiro a dupla que me marcou a adolescência e se renova sempre em mim. Estou falando de Caetano Veloso, que tem apenas 27 músicas na minha playlist por pura incompetência de baixar sua discografia completa. Eu sei, Caetano fala muita merda. Mas estou falando de genialidade e não de comportamento.
3. Em terceiro lugar, o clássico do século XX: Beatles com 35 canções imprescindíveis, que poderiam ser 45, mas faltam alguns álbuns na minha “antologia”. (*)
4. Quebrando um pouco mais o ritmo da lista, vem o Pixies com 31 canções imprescindíveis. Tirei Where’s my mind e Here Comes Your Man porque me deram no saco, então poderia ser até 33 canções imprescindíveis.
5. Raspando no quarto lugar e empatando com The Smiths com 30 canções sem as quais eu não poderia viver vem Mutantes. Até agora acho que sou um tipo musical entre Tropicália e anos 80’s.
6. Com 28 pauleiras que eu amo está a dupla White Stripes. Não tô querendo modernizar, não. Há uma coerência pra isso também. Jack é uma enciclopédia do rock e Meg é apreciadora nata de MPB. Diz a lenda que, quando veio ao Brasil foi fuçar sebos em busca de vinis da Elis Regina. Eu não saco nada de música, não tenho ouvido pra técnica musical mas devo captar alguma coisa familiar neles, sei lá.
7. Depois vem Velvet Underground com 25 músicas. O que não significa que os Stripes são melhores, mas que o rock hoje em dia usa menos droga e sobrevive mais, faz mais discos. Lembrem-se, este diagnóstico é quantitativo e por isso há pequenas falhas.
8. Em oitavo lugar vem a senhorita Billie Holiday. Não posso precisar o número de canções cantadas por ela que fazem parte da minha playlist. Varia Sunny Holiday e Rainy Holiday, tenho uma discografia vasta. Uma mesma canção em várias versões, coisas deste tipo. Sei que pelo menos tem sempre umas 20 canções dela para onde quer que eu vá.
9. Eu poderia incluir na categoria gêneros a música francesa. Mas é algo tão novo na minha vida, não tem história. Bem mais significante e até quantitativo é o quesito samba. São mais ou menos 64 sambinhas prediletos sob batuta de Paulinho da Viola, Tereza Cristina, Velhas Guradas (mais um monte). Esse número aumentaria para muito mais se eu não tivesse criado a décima categoria…
10. …que é a categoria época de ouro da MPB: são mais ou menos 100 clássicos distribuídos entre Noel, Adoniram, Ari Barroso, Cartola, Caymi, Pixinguinha, Ataulfo, Nelson Cavaquinho, Dolores Duram, Geraldo Pereira, Zé Kéti, Wilson Batista, Assis Valente, Herivelton Martins, Monsueto, Luis Gonzaga e etc. Uma moçada com uma vida de dar inveja a qualquer porra-louca do rock. Embora outros nem tanto, o fato é que são em sua maioria injustiçados pela falta de memória nacional e uma pesquisa mais detalhada e particular de alguns destes seria por si só uma missão antropológica tamanha riqueza de suas obras. Por isso, por minha falta de conhecimento, resolvi englobá-los num grupo, pois vivo me surpreendendo vez ou outra com uma descoberta dessa época e os carrego sempre passear também.
Então, acho que um gatinho não vá me achar tão interessante. Eu mesma me achei bem óbvia e nada esquizofrênica musical. Acredito que este diagnóstico define meu tipo de gosto musical. Nada muito requintado, mas típico de quem ouve música com o coração. No mais, se quiser jogar 171, é só falar que gosto dos detalhes do meu MP4 e ser um tanto pedante. Mas na verdade, meu gosto musical tem sua especificidade aí em cima, como acabei de definir. A esquizofrenia entra mesmo na minha forma de escutar música.
(*) Não bateria o Chico porque, como eu disse, tem coisas dele espalhadas por todo lado. Como, por exemplo, a música “Atrás da porta” que é dele e a Elis Regina roubou com maestria.
26.5.08
Unanimidades que me causam náusea
25.5.08
Rolling Godard
No clima das comemorações dos 40 anos de maio de 68, uma palinha da dobradinha dos Rolling Stones e Godard. Apesar de eu não ser unânime ao gostar dos vovôs do rock, tiro chapéu para eles… Não sei se foi a mesma coisa que o Godard fez, afinal, com um cachê de 180 mil libras eu fazia filme até da éguinha pocotó (ops, tem gente que por muito menos faz isso). A partir dos ensaios da banda, o novellevaguista cria um panorama pessoal de toda a movimentação política e cultural relacionada à contracultura. Diz a lenda que Godard chegou a bater num dos produtores depois que viu o resultado final deturpado por eles. One Plus One (e Sympathy for the Devil, título da versão montada pelos produtores), é uma boa dica para garimpo. Um exemplo vivo de como é difícil lidar com a contradição de se fazer uma arte contestadora dentro de um sistema altamente articulado como é o capitalista. Sugiro que para tanto se assista os dois: One Plus One + Sympathy for the Devil, nisso que é o vovô dos vídeos clips.
22.5.08
Nouvelle veix
Nouvelle Vague não é certamente a expressão perdida de um velho surfista do mediterrâneo. Nem traz a novidade da época de ouro do cinema que o transforma em arte. Tampouco é um projeto (até entendo as pessoas chamarem certas bandas de projeto, mas projeto é algo que não existe, que vai existir). Este nome é para dar a genuinidade dos seus atores franceses no que eles tem de melhor: a profanação do “belo santificado” pela santificação do “profano enfeiado”.
Hã? Escutei sua interjeição e vi suas rugas na testa. Ligar o nome de uma banda a Truffaut, Godard, Resnais, Chabrol, Rivette ou Rohmer, equivale a tentativa clara de abrir as portas da música francesa para todo o mundo, consolidando o papel definitivo do criador pop. Tentativa que se realiza com êxito pela mistura de linguagens e línguas. Nestas melodias o novo se dá pelo velho, a batida é novidade, é new wave com samba, eletrônico com punk, e etc. Joy Division, Depeche Mode, The Clash, The Cure, Dead Kennedys e The Undertones, tudo no mesmo caldeirão. Anos 70’s, 80’s e 90’s misturados na também nova bossa brasileira dos 50’s e 60’s. Seria pela influência de Eloisia, uma das vocalistas, que tem sangue tupi e é erradicada na França?
Sugiro “Just Can't Get Enough", do Depeche Mode, revisitado com sambão de Sapucaí e apito. Ou Billie Idol com sua clássica “Dancing with my self” com a voz suave de Phoebe persuadindo a solidão a desistir de te encher de autopiedade. Ou a excentricidade de Camille em “Guns of Brixton”, do The Clash. Você pensa: música, música, música, um baú de possibilidades para uma mente criativa.
Não deixemos de fora, apesar de nossas preferências, outras cantoras que participam da banda como Anaïs Croze, Mélanie Pain e Marina. Ou a arte de juntar gente boa de Marc Collin e Olivier Libaux. Nem todo o resto do repertório que pede uma saia rodada de bolinha, um all star e boas caminhadas por calçadas silenciadas pelo melhor da popicidade do século XX.
NOUVELLE VAGUE DISCOGRAFIA
Torrents Nouvelle Vague I
1. JOY DIVISION : Love will tear us apart (feat. Eloisia)
2. DEPECHE MODE : Just can’t get enough (feat. Eloisia)
3. TUXEDOMOON : In a manner of speaking (feat. Camille)
4. THE CLASH : Guns of Brixton (feat. Camille)
5. P.I.L. : (This is not a) love song (feat. Melanie Pain)
6. DEAD KENNEDYS : Too drunk to fuck (feat. Camille)
7. THE SISTERS OF MERCY : Marian (feat. Alex)
8. XTC : Making plans for Nigel (feat. Camille)
9. THE CURE : A forest (feat. Marina)
10. MODERN ENGLISH : I melt with you (feat. Silja)
11. THE UNDERTONES : Teenage Kicks (feat. Melanie Pain)
12. KILLING JOKE : Psyche (feat. Sir Alice)
13. THE SPECIALS : Friday night, saturday morning (feat. Daniella D’Ambrosio)
Torrents Bande a part
1. ECHO AND THE BUNNYMEN : killing moon (Melanie)
2. BUZZCOCKS : ever fallen in love (Melanie)
3. LORDS OF THE NEW CHURCH : dance with me (Melanie)
4. YAZOO : don't go (Gerald Toto)
5. BILLY IDOL : dancing with myself (Phoebe)
6. BLONDIE : heart of glass (Gerald Toto)
7. THE WAKE : o pamela (Marina)
8. NEW ORDER : blue Monday (Melanie )
9. THE CRAMPS : human fly (Phoebe )
10. BAUHAUS : bela lugosi's dead (Phoebe)
11. THE SOUND : escape myself (Phoebe)
12. HEAVEN 17 : let me go (Silja )
13. VISAGE : fade to grey (Marina)
14. BLANCMANGE : waves (Marina)
Hã? Escutei sua interjeição e vi suas rugas na testa. Ligar o nome de uma banda a Truffaut, Godard, Resnais, Chabrol, Rivette ou Rohmer, equivale a tentativa clara de abrir as portas da música francesa para todo o mundo, consolidando o papel definitivo do criador pop. Tentativa que se realiza com êxito pela mistura de linguagens e línguas. Nestas melodias o novo se dá pelo velho, a batida é novidade, é new wave com samba, eletrônico com punk, e etc. Joy Division, Depeche Mode, The Clash, The Cure, Dead Kennedys e The Undertones, tudo no mesmo caldeirão. Anos 70’s, 80’s e 90’s misturados na também nova bossa brasileira dos 50’s e 60’s. Seria pela influência de Eloisia, uma das vocalistas, que tem sangue tupi e é erradicada na França?
Sugiro “Just Can't Get Enough", do Depeche Mode, revisitado com sambão de Sapucaí e apito. Ou Billie Idol com sua clássica “Dancing with my self” com a voz suave de Phoebe persuadindo a solidão a desistir de te encher de autopiedade. Ou a excentricidade de Camille em “Guns of Brixton”, do The Clash. Você pensa: música, música, música, um baú de possibilidades para uma mente criativa.
Não deixemos de fora, apesar de nossas preferências, outras cantoras que participam da banda como Anaïs Croze, Mélanie Pain e Marina. Ou a arte de juntar gente boa de Marc Collin e Olivier Libaux. Nem todo o resto do repertório que pede uma saia rodada de bolinha, um all star e boas caminhadas por calçadas silenciadas pelo melhor da popicidade do século XX.
NOUVELLE VAGUE DISCOGRAFIA
Torrents Nouvelle Vague I
1. JOY DIVISION : Love will tear us apart (feat. Eloisia)
2. DEPECHE MODE : Just can’t get enough (feat. Eloisia)
3. TUXEDOMOON : In a manner of speaking (feat. Camille)
4. THE CLASH : Guns of Brixton (feat. Camille)
5. P.I.L. : (This is not a) love song (feat. Melanie Pain)
6. DEAD KENNEDYS : Too drunk to fuck (feat. Camille)
7. THE SISTERS OF MERCY : Marian (feat. Alex)
8. XTC : Making plans for Nigel (feat. Camille)
9. THE CURE : A forest (feat. Marina)
10. MODERN ENGLISH : I melt with you (feat. Silja)
11. THE UNDERTONES : Teenage Kicks (feat. Melanie Pain)
12. KILLING JOKE : Psyche (feat. Sir Alice)
13. THE SPECIALS : Friday night, saturday morning (feat. Daniella D’Ambrosio)
Torrents Bande a part
1. ECHO AND THE BUNNYMEN : killing moon (Melanie)
2. BUZZCOCKS : ever fallen in love (Melanie)
3. LORDS OF THE NEW CHURCH : dance with me (Melanie)
4. YAZOO : don't go (Gerald Toto)
5. BILLY IDOL : dancing with myself (Phoebe)
6. BLONDIE : heart of glass (Gerald Toto)
7. THE WAKE : o pamela (Marina)
8. NEW ORDER : blue Monday (Melanie )
9. THE CRAMPS : human fly (Phoebe )
10. BAUHAUS : bela lugosi's dead (Phoebe)
11. THE SOUND : escape myself (Phoebe)
12. HEAVEN 17 : let me go (Silja )
13. VISAGE : fade to grey (Marina)
14. BLANCMANGE : waves (Marina)
8.5.08
Playlist de maio (especial Beatles)
1. Black Bird (1968 – White Album)
2. Two of us (1970 – Let it be)
3. Something (1969 – Abbey Road)
4. I’ll be back (1964 – A Hard Day’s Night
5. With a Little Help for my Friend (1967 – Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band)
6. Eight Days week (1964 – Beatles for Sale)
7. You won’t see me (1965 – Rubber Soul)
8. I’m only sleeping (1966 – Revolver)
9. Drive My Car (1965 – Rubber Soul)
10. Penny Lane (1967 – Magical Mystery Tour)
*Referências retiradas da discografia inglesa.
** Difícil escolher apenas 10 músicas dos Beatles. Tarefa inglória.
4.5.08
Cinderela do soul: os Dap-Kings encaixam é na Sharon Jones
Sabe o que a injustiça e a cegueira do showbizz faz mais além do que nos privar da boa música? Ironia. Como por exemplo, o fato de uma aspirante a presidiária libertar a antiga carcereira do anonimato. Metáfora? Não, nem piada. É fato, porque a candidata a um espaçozinho na prisão é Amy Winehouse e a antiga carcereira é a Sharon Jones. Amy, por hora, dispensa comentários. A inglesa, como todos sabem, disputa com Britney Spears, Paris Hilton e Lily Allen o posto de maior produtora de escândalos da primeira década.
Enquanto vocês fazem suas apostas passemos então direto ao soul. Afinal, Amy já fez o suficiente para rechear a história da música com mais um disco que entrará para a lista dos 100 mais do século XXI. Back to Black (B2B) é tão bom que eu não preciso nem estar viva para ter certeza de sua consagração póstuma (porque este tipo de eternidade requer mortes e ressurreições). Mas o que sempre me fez admirar mais ainda Amy, além de seu penteado de ninho de rato, foi sua referência e re-atualização dos clássicos. ESPERA, estou falando do passado. Hoje, a inglesinha vai ter que dividir minha admiração com a Sharon Jones.
Explico: sempre me questionei sobre o que estava por trás de B2B e hoje descobri os Dap-Kings. Quem são? Ora, os oito rapazes que respondem à terceira pessoa do plural que sempre conjuga Sharon. Esta cantora fantástica tem uma série de recusas e frustrações em sua carreira, não pela voz que é MARAVILHOSA. Mas pela aparência e idade. "Ninguém me aceitava na indústria da música. Diziam que eu era muito negra, que eu era muito gorda... Diziam que eu era muito nova, que não era bonita o suficiente", relembra. "Aos 25 anos, me disseram que eu estava velha... Então fui fazer outras coisas."(*) Daí sua investida no ramo da “segurança pública”.
Contudo, para nosso desfrute e alegria, o ex-marido de Sharon levou-a ao Dap-Kings quinze anos depois, mais exatamente em 1996, e hoje ela está aqui no meu MP4 me enchendo de inspiração. Pois depois de Amy escutar sua música e tomar sua banda emprestada, chegou às seis milhões de cópias vendidas. E destes milhões de compradores e trilhões de baixadores de torrents boa parte deve ter tido a mesma curiosidade que eu e posto reparo nos Dap-Kings. Curiosidade satisfeita, eis que surge a feliz surpresa de nos encontrar com Sharon Jones.
Parei no “Naturally” (2005) e já estou apaixonada! Mas o bam bam bam deles é "100 Days, 100 Nights" (2007) , que ainda não escutei. E se depois disso tudo você não se convenceu a baixar. Deixo para vocês a própria Sharon mandando seu recado: "Fazemos soul music como era feita nos anos 60 e 70", diz Jones. "Hoje todo mundo usa equipamentos digitais, eletrônicos. Nós só usamos instrumentos analógicos. No estúdio, ainda gravamos em fita. Os instrumentos são gravados todos juntos, ao vivo. É a diferença. Esse tipo de música", ela continua, "apesar de antiga, ainda é importante. Não usamos sintetizadores, softwares, nada disso. E os mais jovens não entendem como conseguimos soar dessa maneira. Vamos continuar fazendo assim. Era como Otis Redding, Etta James, James Brown e todos os outros grandes faziam. Nós somos da velha-guarda."
Depois disso, nada de colocar Miss Jones no pedestal da coitadinha do soul, né? Coitadinho de quem não conhece, oras bolas! Experimente começar o dia com Fish in the Dish.
(*)Citações retiradas da Folha Online: Ilustrada.
Torrents Sharon Jones e Dap-Kings aqui
Torrents Back to Black aqui
Enquanto vocês fazem suas apostas passemos então direto ao soul. Afinal, Amy já fez o suficiente para rechear a história da música com mais um disco que entrará para a lista dos 100 mais do século XXI. Back to Black (B2B) é tão bom que eu não preciso nem estar viva para ter certeza de sua consagração póstuma (porque este tipo de eternidade requer mortes e ressurreições). Mas o que sempre me fez admirar mais ainda Amy, além de seu penteado de ninho de rato, foi sua referência e re-atualização dos clássicos. ESPERA, estou falando do passado. Hoje, a inglesinha vai ter que dividir minha admiração com a Sharon Jones.
Explico: sempre me questionei sobre o que estava por trás de B2B e hoje descobri os Dap-Kings. Quem são? Ora, os oito rapazes que respondem à terceira pessoa do plural que sempre conjuga Sharon. Esta cantora fantástica tem uma série de recusas e frustrações em sua carreira, não pela voz que é MARAVILHOSA. Mas pela aparência e idade. "Ninguém me aceitava na indústria da música. Diziam que eu era muito negra, que eu era muito gorda... Diziam que eu era muito nova, que não era bonita o suficiente", relembra. "Aos 25 anos, me disseram que eu estava velha... Então fui fazer outras coisas."(*) Daí sua investida no ramo da “segurança pública”.
Contudo, para nosso desfrute e alegria, o ex-marido de Sharon levou-a ao Dap-Kings quinze anos depois, mais exatamente em 1996, e hoje ela está aqui no meu MP4 me enchendo de inspiração. Pois depois de Amy escutar sua música e tomar sua banda emprestada, chegou às seis milhões de cópias vendidas. E destes milhões de compradores e trilhões de baixadores de torrents boa parte deve ter tido a mesma curiosidade que eu e posto reparo nos Dap-Kings. Curiosidade satisfeita, eis que surge a feliz surpresa de nos encontrar com Sharon Jones.
Parei no “Naturally” (2005) e já estou apaixonada! Mas o bam bam bam deles é "100 Days, 100 Nights" (2007) , que ainda não escutei. E se depois disso tudo você não se convenceu a baixar. Deixo para vocês a própria Sharon mandando seu recado: "Fazemos soul music como era feita nos anos 60 e 70", diz Jones. "Hoje todo mundo usa equipamentos digitais, eletrônicos. Nós só usamos instrumentos analógicos. No estúdio, ainda gravamos em fita. Os instrumentos são gravados todos juntos, ao vivo. É a diferença. Esse tipo de música", ela continua, "apesar de antiga, ainda é importante. Não usamos sintetizadores, softwares, nada disso. E os mais jovens não entendem como conseguimos soar dessa maneira. Vamos continuar fazendo assim. Era como Otis Redding, Etta James, James Brown e todos os outros grandes faziam. Nós somos da velha-guarda."
Depois disso, nada de colocar Miss Jones no pedestal da coitadinha do soul, né? Coitadinho de quem não conhece, oras bolas! Experimente começar o dia com Fish in the Dish.
(*)Citações retiradas da Folha Online: Ilustrada.
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2.5.08
Nina e Julie
Então a história é a seguinte: ele entra na casa dela, olha sua coleção de CDs, escolhe um e ela ri. Imagino que ela pensa que ele não sabe nada. E vai preparar o chá. Os homens e sua inexperiência, exatamente isso que nos comove.
Celine: Did you ever see Nina Simone in concert?
Jess: No, I never did. I can’t believe she’s gone.
Celine: I know, it’s so sad!
Ela lhe entrega uma xícara de chá.
Jess: Thanks
Celine: It’s hot. I saw her twice, in concert. She was so great! That’s one of my favorite songs of hers.
…I know where I’m going
…No more doubt or fear
…Found my way… click click click
She was so great! She was so funny in concert! She, she would… She would be right in the middle of a song and then… You know, stop and… and uh… walk from the piano all the way to the edge of the stage. Like really slowly…
Então de uma forma incrivelmente sex e charmosa ela imita a Nina…
And she’d start talking to someone in the audience… Oh, yeah, oh, uh! I love you to… And then she’d walk back, took her time, no hurry, you know. She had that… big cut ass… She would move… Whoo!
Celine então imita a Nina e também dança para Jess.
And then she would, uh… Go back to the piano, and play some more. And then she would, uh… I don’t know, just… Start another song, in the middle of another, you know, like… stop again… Like…
Jess ri, está encantado… Ela percebe e lhe dá a chance de voltar à vida real…
Celine: Baby, you are gonna miss that plane!
Jess: I know…
Para cantar o blues, a música do diabo, como dizia seu pai (um pastor metodista), Eunice Kathleen Waymon, escolheu Nina (“little one”) e Simone (em homenagem à atriz do cinema francês Simone Signoret). Isto e o fato dela ter morrido na França, leva-me a crer que ela era francófona, como eu. O que não significa exatamente nada em relação a sua música, mas ajuda para contribuir o clima nublado deste dia. O filme Before Sunset, continuação de Before Sunrise, é da mesma época da sua morte (2003). Acho que Nina adoraria ver Julie Delpy(atriz e cantora francesa) lhe prestando homenagem. E eu aqui, me revezando entre Julie e Nina.
Torrents para Nina: aqui
Torrents para Julie: aqui
Celine: Did you ever see Nina Simone in concert?
Jess: No, I never did. I can’t believe she’s gone.
Celine: I know, it’s so sad!
Ela lhe entrega uma xícara de chá.
Jess: Thanks
Celine: It’s hot. I saw her twice, in concert. She was so great! That’s one of my favorite songs of hers.
…I know where I’m going
…No more doubt or fear
…Found my way… click click click
She was so great! She was so funny in concert! She, she would… She would be right in the middle of a song and then… You know, stop and… and uh… walk from the piano all the way to the edge of the stage. Like really slowly…
Então de uma forma incrivelmente sex e charmosa ela imita a Nina…
And she’d start talking to someone in the audience… Oh, yeah, oh, uh! I love you to… And then she’d walk back, took her time, no hurry, you know. She had that… big cut ass… She would move… Whoo!
Celine então imita a Nina e também dança para Jess.
And then she would, uh… Go back to the piano, and play some more. And then she would, uh… I don’t know, just… Start another song, in the middle of another, you know, like… stop again… Like…
Jess ri, está encantado… Ela percebe e lhe dá a chance de voltar à vida real…
Celine: Baby, you are gonna miss that plane!
Jess: I know…
Para cantar o blues, a música do diabo, como dizia seu pai (um pastor metodista), Eunice Kathleen Waymon, escolheu Nina (“little one”) e Simone (em homenagem à atriz do cinema francês Simone Signoret). Isto e o fato dela ter morrido na França, leva-me a crer que ela era francófona, como eu. O que não significa exatamente nada em relação a sua música, mas ajuda para contribuir o clima nublado deste dia. O filme Before Sunset, continuação de Before Sunrise, é da mesma época da sua morte (2003). Acho que Nina adoraria ver Julie Delpy(atriz e cantora francesa) lhe prestando homenagem. E eu aqui, me revezando entre Julie e Nina.
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